Namaste

Seguir sempre sorrindo...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Rifa - se


Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta
Clarice Lispector

Amor


Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade

Abstrata


Abstrata
João Lucas e Walter Filho

Abstrata forma de amar
Traz confusão no seu olhar
Seu mistério é flecha de amor
Que me enfeitiçou
Vento forte soprando para o sul
Me levando pra lugar nenhum
Fada encantada que me enfeitçou
Me matando de amor

Quanto mistério
Quanta incerteza
Misturadas com delicadeza
Minhas pupilas dilatam com tanta beleza
Vem ser minha princesa
Um tiro certo
Um peito aberto
Mil tentaçoes me vem à cabeça
De mãos atadas me sinto em frente a você
Um menino sem rumo sem saber o que fazer

Abstrata forma de amar
Traz confusão no seu olhar
Seu mistério é flecha de amor
Que me enfeitiçou
Vento forte soprando para o sul
Me levando pra lugar nenhum
Fada encantada que me enfeitçou
Me matando de amor

Abstrata forma de amar
Traz confusão no seu olhar
Seu mistério é flecha de amor
Que me enfeitiçou
Vento forte soprando para o sul
Me levando pra lugar nenhum
Fada encantada que me enfeitçou
Me matando de amor
Me matando de amor

Vou Te Amarrar Na Minha Cama


Vou Te Amarrar Na Minha Cama
As Marcianas
Composição: Ed. Wilson / Solange de César

Meu gatinho manhoso
Do beijo gostoso
Me afasta, e me arranha...

Mas as nossas desavenças
Não entram no quarto
Quando a gente se assanha...

Esse amor escondido
Minutos contados
Amor proibido
Sabor de pecado
Ou a gente se assume
Ou acaba morrendo
De tanto ciúme...(2x)

Vou te amarrar na minha cama
Só vai fazer amor comigo
Eu te quero e preciso
Só junto de você
A minha vida
Faz sentido...(final 3x)